memórias...

na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs e eu.
depois, a minha irmã mais velha casou-se.
depois, a minha irmã mais nova casou-se.
depois, o meu pai morreu.
hoje,
na hora de pôr a mesa,
somos cinco,
menos a minha irmã mais velha
que está na casa dela,
menos a minha irmã mais nova
que está na casa dela,
menos o meu pai,
menos a minha mãe viúva.
cada um deles é um lugar vazio
nesta mesa onde como sozinho.
mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa,
seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo,
seremos sempre cinco.

(JOSÉ LUÍS PEIXOTO, in "A Criança em Ruínas"/ Edições Quasi)

estou sempre chateada.
quase sempre triste.
uns dias
disfarço melhor que outros.
hoje não disfarço.
este poeta é um génio.
vão ver.

De maneiras que é assim...faz hoje 9 anos que mudei de vida.
Mudei muitooooooooooo.
O número da porta do meu local de trabalho é o 13.
O meu pai faria anos.
Gosto do 13.

Este Livrinho é da Autoria da Daniela e da Patrícia bacalhau, designadamente autoras das imagens e dos textos. Um livro muito interessante para crianças e adultos.
Eu tenho um.
A Patrícia é mãe da minha sobrinha, o que me muito me honra.
Nota: Sebastião e Maria encontram o Castelo (de Arraiolos).

Bruno Lopes

"Contributos para a História dos Tapetes de Arraiolos", de Bruno Lopes, é o título da obra que foi apresentada no passado dia 7 de Novembro, pelas 17.30 h., no edifício Arraiolos - Multiusos, em Arraiolos.
Trata-se de uma co-edição entre a Apenas Livros e a Terramar e conta com os apoios da Câmara Municipal de Arraiolos, do Instituto de Estudos de Literatura Tradicional, da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva ed o Centro de Apoio às Tapeteiras de Arraiolos.
O Prefácio foi assinado pelas Prof. Doutora Antónia Fialho Conde e Prof. Doutora Ana Cardoso de Matos, docentes do Departamento de História da Universidade de Évora.

Não conheço o livro ainda, conheço apenas o Bruno e deixo os meus parabéns pelo lançamento desta obra que será certamente mais 1 contributo para que possamos melhor conhecer a nosso História.


'Nas galerias da memória, a Cultura de viver é uma Arte em ruínas.
Mas... mora ainda a nossa História,
Na grandeza da partilha,
Destas coisas pequeninas'
(Carlos Lopes Bastos - Caló)



No dia 24 de Outubro último fui à Casa do Alentejo, em Lisboa, espaço onde não entrava há cerca de 20 anos. Desta vez para assistir à apresentação de um livro de uma querida amiga que já não via há muito muito tempo.
A obra chama-se 'Monsaraz - Reconstruir a Memória' e foi muito bem escrita pela Ana Paula Amendoeira. É das edições Colibri e custa 15 €.
Comprei 1 exemplar. Ganhei um autógrafo e uma dedicatória que muito me emocionaram e honraram.
Enfim... tal como diz a Paula sobre Monsaraz, precisamos nós também, tantas vezes, reconstruir algumas coisas; a Casa do Alentejo para começar, que está 'velhinha', a amizade que tantas vezes não é regada, a certeza de que sozinhos não somos nada e, a certeza maior de que os amigos são uma bênção em absoluto e tantas vezes não nos lembramos deles (mea culpa).
Aqueles foram momentos de emoções fortes para mim...
Para a Paula: Gostei de te ver, ouvir e saber do teu percurso académico brilhante. Gostei sobretudo de rever esse brilhozinho nos olhos e lembrar que és minha amiga.
Obrigada.

Este é o meu estômago...

Não comecem já a inventar o resto da frase...
Hoje fui fazer uma Endoscopia alta.
Tenho 'erosões' em 3/4 do estômago e 'biopsaram'. Fiquei apreensiva. Queria descrever a sensação de ter um tubo enfiado até ao duodeno, mas o meu colega que é digamos 'criança' -lo duma forma brilhante. Ora reparem..quando ficámos só nós no trabalho, mesmo ao fim do dia, ele falou-me das técnicas e das dificuldades que os actores de filmes porno têem, quando estão a trabalhar. Diz ele que existe um programa num dos canais cabo que conta tudo sobre a produção dos ditos filmes, e perguntou-me assim:
- Lembras-te do filme 'Garganta Funda'?, eu disse quem não lembra, cof, cof, cof...
- Então eu lembrei-me que as meninas pah precisam de 1 ano no mínimo para engolirem aquilo tudo. Imagino tu hoje, quando fizeste essa porcaria. Eu digo isto (ele), por causa dos vómitos pois...
Eu perguntei, engolir exactamente o que? Ele disse timidamente, a pila. E continuou dizendo, aquilo deve custar 'pa ca*al*o' digo eu (dizia ele). Eu disse-lhe:
- Olha amor, fica com este conselho, se um dia tiveres que optar entre fazeres uma Endoscopia e mamares uma pila, opta pela segunda.
Ele riu-se muitooooooo.