No outro dia andei lendo pela net que não se pode atravessar um abismo aos saltinhos. temos que dar um passo de gigante.
Ninguem me pode acusar de não ter tentado.
Tentei e caí.
O passo...
Foi maior que a perna.
Saí sempre mal nessas alturas.
Foram tempos de aflicção.
De morte até.

Já alguem me manda pó caralho não?

Todos os dias acordo sem vontade.
Houve tempos em que assim não era.
Todos colhemos o que semeamos como diz um gajo que é o zé.
Esta é a minha colheita.
Quase sempre dias de chuva.
Até gosto muito de dias chuvosos.
Da côr cinzenta do dia.

Sou mulher de incertezas, dúvidas, inconstâncias. Tenho...milhões de defeitos. Um coração enorme.
Tão grande, que cabem nele quase todas as sensações do mundo.
Há quem não goste.

Estou a ficar velha. Todas as minha rugas têem uma história. Algumas têem um nome.
Olha que novidade.

Tirarem-nos a capacidade de inventar a esperança, é cruel.

No tempo em que ainda era normal ter esperança, sonhava que ficavas comigo para sempre.
A esperança afinal, não foi a última a morrer.
Falto eu.