Epitáfio

«Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, Não há nada mais simples. Tem só duas datas – a da minha nascença e a da minha morte. Entre uma e outra coisa todos os dias foram meus».
Alberto Caeiro

Tenho para mim que não chego aos 50 anos. Pensamento de merda no primeiro dia do ano. Em todo o caso, qualquer dia é bom para se terem pensamentos de merda.
Frequentemente me assalta a ideia da morte. Tenho que confessar que não me agrada nada e que me mete um mêdo, difícil de definir, até para mim, que o sinto.
Frequentes vezes vou dizendo que quero ser cremada. Dizendo não chega porque até a morte temos que pagar e uma cremação custa muito dinheiro. Bem, quando eu morrer e for cremada, quero que coloquem este epitáfio dentro da caixinha com as minhas cinzas. A seguir podem lançar ao mar ou ao vento tanto faz.
Se eu não contar isto a ninguém, como poderá esta minha última vontade ser cumprida?
Penso nisto mais tarde.

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